Como vencer a ansiedade
Um dos problemas mais comuns enfrentados hoje, é a Ansiedade, o termo significa “consternação, tristeza, dor...
Especialistas afirmam que a ansiedade é causada pela insegurança a respeito do futuro. Os indivíduos que sofrem desse mal, Geralmente são pessoas perfeccionistas e controladoras, e por isso ao menor sinal de que estão perdendo o controle de determinada situação não conseguem manter o equilíbrio psicológico. Como o futuro é algo que foge do nosso controle, já que não podemos prevê-lo, isso causa um certo pânico em tais pessoas Mais o que a bíblia nos diz sobre a ansiedade?
Em Mateus 6. 25 Jesus disse: “não andeis ansiosos quanto a vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de vestir (...) v27 e qual de vós poderá com todos os seus cuidados acrescentar um côvado a sua estatura?”
Em filipenses 4 . 6 Paulo diz:”Não estejais ansiosos por coisa alguma, antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica com ação de graça.”
Portanto, concluímos que, na verdade aquele que está ansioso, não esta conseguindo crer que Deus é perfeitamente capaz de suprir toda e qualquer necessidade de seus filhos.
No salmo 34. V 10 Davi diz que “... os que temem ao senhor de nada tem falta.”
Controlar o futuro, as situações que surgem na vida, é um desejo muito comum, nas pessoas hoje em dia, contudo, não é um alvo possível. Quando insistimos em ter o controle total das nossas vidas, nos deparamos com a decepção e a frustração.
Deus não quer que você se torne uma pessoa frustrada, Deus traçou um plano perfeito para sua vida, e quer que você o conheça e o aceite sabendo que ele é soberano e Por causa do seu grande amor deseja o melhor pra você. Não se esqueça de que não há ninguém mais interessado em sua felicidade, do que o próprio Deus! Quando recebemos Jesus como salvador devemos convidá-lo também para ser senhor de nossas vidas, sabendo que partindo daí não mais deteremos o controle de nossas vidas, e sim, o senhor!
O remédio contra a ansiedade é CRER naquilo que está escrito na palavra! Creia, seja fiel ao senhor e seja livre desse mal em nome de Jesus!
Você não precisa está ansioso, você tem alguém que quer cuidar de tudo pra você. Experimente confiar !
Desista do controle, e deixe Deus ser Deus na sua vida!
Fonte: Portal Fiel
Lílian Ribeiro Cantora e Membro da Igreja Evangélica Assemleia de Deus do bairro Manoel Evangelista
https://twitter.com/cristinisoares
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Consagração
Um Coração Apto Para Deus
Jeremias 29.13: “Me buscareis e me achareis quando me buscares de todo o coração.”
INTRODUÇÃO:
A necessidade de buscar ao Senhor está embutida no DNA da raça humana.
Há pessoas que acham que Deus é só para quem o merece, outros acham que Deus é muito difícil e o restante, tenta buscar ao Senhor, mas cada um ao seu modo, sem dar importância ao seu poder e autoridade.
Muitas pessoas tentam ignorar a importância de buscar a Deus, tipo DEIXO A VIDA ME LEVAR, mas quando acontece alguma calamidade, mudam de idéia e correm atrás do socorro divino.
Há alguns que acham muito difícil achar o socorro de Deus. Daí, que tentam encontrar ajuda em entidades que se opõem a Deus. A maioria deles nem sabe que está desperdiçando uma vida de luz. Estes pagam caro por benefícios que nem sempre chegam (e quando chegam, são carregados de tristeza e de dor).
Aprendemos com a bíblia muitos exemplos de pessoas que buscaram a Deus. Alguns tiveram êxito, outros fracassaram, mas sempre nos deixam lições. Vejamos alguns:
1. BUSCAR AO SENHOR FAZ A DIFERENÇA ENTRE VENCER E ...
A. Moisés buscou ao Senhor para vencer os amalequitas.
ÊXODO 17.9-15. Seu senso de busca espiritual revelou que Moisés era quem estava em contato com Deus na hora boa. O que ele fez? Reforçou esta área de contato.
B. Josué “esqueceu” de consultar ao Senhor antes de tomar uma decisão.
JOSUÉ 9.14-15. Esquecer de consultar ao Senhor antes de fazer acordos, ou alianças, pode ser complicado, pois Deus impõe regra de fidelidade aos acordos feitos debaixo do seu nome.
2. QUEM NOS IMPELE PARA BUSCAR A DEUS É O PRÓPRIO DEUS. Quando uma pessoa tenta buscar a Deus por sua própria conta precisa da motivação certa e, sobretudo, de um coração voltado para Deus.
A. Em 1 SAMUEL 13.8-14, Saul buscou ao Senhor antes da hora, teve sua chance de arrependimento e seu manto foi rasgado. O grande empecilho da busca de Deus é o descompasso entre o tempo do homem e o tempo de Deus. Deus não se intimida com o adversário. Quem busca de coração não teme maus rumores (SALMOS 112.7).
B. Em JUÍZES 18.4-6, Mica tenta montar sua própria igreja. Buscar a Deus pelos métodos humanos é o mesmo que recusar o sacrifício de Jesus Cristo. Deus permitiu que os danitas levassem seu tesouro e até mesmo o seu sacerdote. Alguém poderia reclamar que a intenção de Mica era boa, mas não procede. Mesmo para quem está imbuído de boa intenção, é preciso da aprovação de Deus para subir ao altar.
C. Em 2 Reis 18, Elias, que nem era sacerdote, teve a permissão de Deus para levantar e sacrificou ali. Deu certo, porque Deus era com ele.
D. Em 2 Crônicas 7.7, Salomão queimou no meio do átrio, pois a oferta era superior ao tamanho do altar de bronze. Salomão, que também não era sacerdote, recebeu permissão de Deus para levantar um altar. Note que Salomão tinha tanto zelo e respeito pelo altar, que até parecia um sacerdote. Um coração sábio toma decisões sábias.
E. Em 1 Reis 1.50, Adonias, irmão de Salomão, tocou na ponta do altar e conseguiu que o irmão jurasse não matá-lo. Mas, depois, pediu para casar-se com uma jovem e acabou sendo morto pelo rei.
F. Em 2 Reis 2.28, Joabe tocou nas pontas do altar e Salomão não o anistiou. Antes ordenou que ele saísse dali. Como ele não saiu, mandou matá-lo assim mesmo.
G. Em Amós 3.14, Deus anuncia o fim das pontas do altar. Quando um altar é levantado por Deus, ninguém, senão o próprio Deus pode derrubá-lo.
3. O QUE É BUSCAR DE TODO O CORAÇÃO.
A. Em Juízes 13.16, Manoá, pai de Sansão, queima incenso, mas foi orientado pelo próprio anjo. Seu incenso subiu ao Senhor. Somente um coração puro pode ouvir o anjo.
B. Em 1 SAMUEL 30.7-8, Davi ousou buscar ao Senhor diretamente, mas com humildade e reverência. Deus o ouviu, o guiou e deu vitória. Um coração moldável é matéria-prima nas mãos de Deus.
C. Em 1 REIS 13.1,26 Jeroboão foi buscar ajuda do Senhor e o jovem profeta o repreendeu. Quando ele tentou enfrentar o profeta, ficou com o braço travado e teve que se humilhar. Um coração duro, quebra nas mãos de Deus.
D. Em 1 REIS 22.5-17, Acabe buscou ao Senhor impondo sua vontade. Acabe preferia escutar os profetas que lhe fossem favoráveis. Deus rejeitou. Um coração soberbo precisa ser humilhado.
E. Em 2 REIS 16.9-12, Acaz quis buscar a Deus em altar copiado dos pagãos. Deus rejeitou. Alguém poderia até reclamar da exigência e do rigor de Deus, mas a reclamação não procede, pois Deus não julga o fato em si, mas a motivação do homem. A motivação de Acaz era vaidade, soberba e inveja. Um coração invejoso, troca o bom de Deus pelo bonito dos homens.
Em 2 Crônicas 29.19-24, Ezequias restaura o altar que seu pai, Acaz, tinha destruído para ficar com a imitação. Mas quem queimou ali foram os sacerdotes. Um coração perverso acha doenças.
F. Em 2 CRÔNICAS 26.14-18.19.20-21, Uzias vai queimar incenso no altar e é repreendido pelo sacerdote Azarias. Teve chance de arrepender-se, mas não quis se humilhar. Ficou leproso até morrer. Uzias desrespeitou o altar.
CONCLUSÃO:
Em Isaías 55.6, Deus aconselha: “buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.”. Então, está nas mãos de cada um a sua possibilidade.
Hebreus 3.7-12 conclui: “Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, Não endureçais os vossos corações, Como na provocação, no dia da tentação no deserto. Onde vossos pais me tentaram, me provaram, E viram por quarenta anos as minhas obras. Por isso me indignei contra esta geração, E disse: Estes sempre erram em seu coração, E não conheceram os meus caminhos. Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso. Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.”.
INTRODUÇÃO:
A necessidade de buscar ao Senhor está embutida no DNA da raça humana.
Há pessoas que acham que Deus é só para quem o merece, outros acham que Deus é muito difícil e o restante, tenta buscar ao Senhor, mas cada um ao seu modo, sem dar importância ao seu poder e autoridade.
Muitas pessoas tentam ignorar a importância de buscar a Deus, tipo DEIXO A VIDA ME LEVAR, mas quando acontece alguma calamidade, mudam de idéia e correm atrás do socorro divino.
Há alguns que acham muito difícil achar o socorro de Deus. Daí, que tentam encontrar ajuda em entidades que se opõem a Deus. A maioria deles nem sabe que está desperdiçando uma vida de luz. Estes pagam caro por benefícios que nem sempre chegam (e quando chegam, são carregados de tristeza e de dor).
Aprendemos com a bíblia muitos exemplos de pessoas que buscaram a Deus. Alguns tiveram êxito, outros fracassaram, mas sempre nos deixam lições. Vejamos alguns:
1. BUSCAR AO SENHOR FAZ A DIFERENÇA ENTRE VENCER E ...
A. Moisés buscou ao Senhor para vencer os amalequitas.
ÊXODO 17.9-15. Seu senso de busca espiritual revelou que Moisés era quem estava em contato com Deus na hora boa. O que ele fez? Reforçou esta área de contato.
B. Josué “esqueceu” de consultar ao Senhor antes de tomar uma decisão.
JOSUÉ 9.14-15. Esquecer de consultar ao Senhor antes de fazer acordos, ou alianças, pode ser complicado, pois Deus impõe regra de fidelidade aos acordos feitos debaixo do seu nome.
2. QUEM NOS IMPELE PARA BUSCAR A DEUS É O PRÓPRIO DEUS. Quando uma pessoa tenta buscar a Deus por sua própria conta precisa da motivação certa e, sobretudo, de um coração voltado para Deus.
A. Em 1 SAMUEL 13.8-14, Saul buscou ao Senhor antes da hora, teve sua chance de arrependimento e seu manto foi rasgado. O grande empecilho da busca de Deus é o descompasso entre o tempo do homem e o tempo de Deus. Deus não se intimida com o adversário. Quem busca de coração não teme maus rumores (SALMOS 112.7).
B. Em JUÍZES 18.4-6, Mica tenta montar sua própria igreja. Buscar a Deus pelos métodos humanos é o mesmo que recusar o sacrifício de Jesus Cristo. Deus permitiu que os danitas levassem seu tesouro e até mesmo o seu sacerdote. Alguém poderia reclamar que a intenção de Mica era boa, mas não procede. Mesmo para quem está imbuído de boa intenção, é preciso da aprovação de Deus para subir ao altar.
C. Em 2 Reis 18, Elias, que nem era sacerdote, teve a permissão de Deus para levantar e sacrificou ali. Deu certo, porque Deus era com ele.
D. Em 2 Crônicas 7.7, Salomão queimou no meio do átrio, pois a oferta era superior ao tamanho do altar de bronze. Salomão, que também não era sacerdote, recebeu permissão de Deus para levantar um altar. Note que Salomão tinha tanto zelo e respeito pelo altar, que até parecia um sacerdote. Um coração sábio toma decisões sábias.
E. Em 1 Reis 1.50, Adonias, irmão de Salomão, tocou na ponta do altar e conseguiu que o irmão jurasse não matá-lo. Mas, depois, pediu para casar-se com uma jovem e acabou sendo morto pelo rei.
F. Em 2 Reis 2.28, Joabe tocou nas pontas do altar e Salomão não o anistiou. Antes ordenou que ele saísse dali. Como ele não saiu, mandou matá-lo assim mesmo.
G. Em Amós 3.14, Deus anuncia o fim das pontas do altar. Quando um altar é levantado por Deus, ninguém, senão o próprio Deus pode derrubá-lo.
3. O QUE É BUSCAR DE TODO O CORAÇÃO.
A. Em Juízes 13.16, Manoá, pai de Sansão, queima incenso, mas foi orientado pelo próprio anjo. Seu incenso subiu ao Senhor. Somente um coração puro pode ouvir o anjo.
B. Em 1 SAMUEL 30.7-8, Davi ousou buscar ao Senhor diretamente, mas com humildade e reverência. Deus o ouviu, o guiou e deu vitória. Um coração moldável é matéria-prima nas mãos de Deus.
C. Em 1 REIS 13.1,26 Jeroboão foi buscar ajuda do Senhor e o jovem profeta o repreendeu. Quando ele tentou enfrentar o profeta, ficou com o braço travado e teve que se humilhar. Um coração duro, quebra nas mãos de Deus.
D. Em 1 REIS 22.5-17, Acabe buscou ao Senhor impondo sua vontade. Acabe preferia escutar os profetas que lhe fossem favoráveis. Deus rejeitou. Um coração soberbo precisa ser humilhado.
E. Em 2 REIS 16.9-12, Acaz quis buscar a Deus em altar copiado dos pagãos. Deus rejeitou. Alguém poderia até reclamar da exigência e do rigor de Deus, mas a reclamação não procede, pois Deus não julga o fato em si, mas a motivação do homem. A motivação de Acaz era vaidade, soberba e inveja. Um coração invejoso, troca o bom de Deus pelo bonito dos homens.
Em 2 Crônicas 29.19-24, Ezequias restaura o altar que seu pai, Acaz, tinha destruído para ficar com a imitação. Mas quem queimou ali foram os sacerdotes. Um coração perverso acha doenças.
F. Em 2 CRÔNICAS 26.14-18.19.20-21, Uzias vai queimar incenso no altar e é repreendido pelo sacerdote Azarias. Teve chance de arrepender-se, mas não quis se humilhar. Ficou leproso até morrer. Uzias desrespeitou o altar.
CONCLUSÃO:
Em Isaías 55.6, Deus aconselha: “buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.”. Então, está nas mãos de cada um a sua possibilidade.
Hebreus 3.7-12 conclui: “Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, Não endureçais os vossos corações, Como na provocação, no dia da tentação no deserto. Onde vossos pais me tentaram, me provaram, E viram por quarenta anos as minhas obras. Por isso me indignei contra esta geração, E disse: Estes sempre erram em seu coração, E não conheceram os meus caminhos. Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso. Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.”.
Artigo escrito por Pr. Carlos Ribeiro |
Carlos Ribeiro além de pastor é filósofo, compositor e escritor de vários livros, sendo um dos mais recentes, "As 7 Colunas que Sustentam o Sucesso". Casado com Regina Célia, e pai dos pastores Ricardo Ribeiro, Eduardo Ribeiro e Missionária Marcelle. Professor de Seminário Teológico e Coordenador de Escola Bíblica Dominical desde 2003. Atualmente servindo na Igreja Batista Getsêmani em Japuíba - RJ. Contatos e convites através do email profcarlosribeiro@gmail.com |
Pr. Carlos Ribeiro
O Amor é o vinculo da perfeição
É o amor que dignifica o serviço que prestamos
Lendo Colossenses 3:11 a 14, descobri algumas grandes ideais que dominaram os pensamentos do apóstolo e com certeza também o meu, e Ele o expôs com clareza, com veemência, com insistentes afirmações.
O amor, diz ele, é o vinculo da perfeição. Na sua Epistola ao corintios, também escreve um verdadeiro poema de incomparável beleza para exalçar a sobre excelência da virtude do amor. Aí ele a coloca no pedestal de honra, quando diz: “agora permanecem estas três, a fé, a esperança e o amor, mais a maior delas é o amor”.
Escrevendo à Igreja de Colossos, afirma que o amor é o elo, é vinculo da perfeição. Mas uma vez coloca esta virtude cristã em lugar de primazia como sendo a coroação de todas as virtudes. Que é que esta querendo dizer o apostolo quando afirma que o amor é o vinculo ou o elo da perfeição?
Esta dizendo que o amor unifica e envolve todos os elementos da vida cristã e lhes aperfeiçoam as qualidades. O que vale dizer quer todas as expressões do caráter, que não sejam envolvidas num sentimento de amor, são incompletas e dispersivas.
Podemos afirmar que a justiça sem amor pode se tornar desumana; o conhecimento sem amor pode se torna altivo e petulante; a caridade sem amor é fria, sem ternura, sem simpatia humana; a fé sem amor pode se torna fanática e insolente; a coragem sem amor pode se tornar agressiva e temerária.
é o amor que aperfeiçoa o dom e as ofensas. É o amor que dignifica o serviço que prestamos. É o amor que sublima as relações que mantemos. É o amor que infunde em nossa igreja e em nossa vida cristã a ternura, a misericórdia, a compaixão, a sinceridade.
Em petição a Deus podemos dizer: Dá-nos, Senhor, a capacidade de ter mais e mais de ti mesmo, que és a essência e única fonte do amor e poder ainda, Senhor Deus, ensina-nos a arte de fazer tudo com amor e zelo, de modo servi-Te com inteireza de coração e fé.
FG News : O meio e a mensagem
“Quando o apóstolo Paulo se tornou “tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns”, conforme sua descrição de si mesmo em I Coríntios 9.22, sua estratégia não evoluiu no sentido de reinventar ou reorientar a fé”
Na sua ênfase exagerada na adaptação do Evangelho à cultura, que tipo de cristão os cultos contemporâneos geram?
Imagine a cena: num amplo auditório repleto de pessoas, a banda prepara-se para se apresentar no palco. Luzes de todos os tipos, efeitos visuais controlados por computador e sistema de som de última geração trazem ao espaço um ambiente feérico. Logo nos primeiros acordes, o público praticamente vai ao delírio, com gritos de entusiasmo e movimentos ao som da música. Ao visitante desavisado, apenas as letras das canções, exibidas em telões de muitas polegadas, denunciam o caráter do evento: versos como “grande Deus” e “poderoso Senhor” não deixam dúvidas de que aquele é um culto evangélico. No entanto, o comportamento dos frequentadores pouco difere daquele das plateias de shows seculares – embora entoem as músicas a plenos pulmões, as centenas de jovens da congregação comportam-se de modo superficial em relação a tudo que acontece no palco. Assim como na maioria das formas de entretenimento, os membros agem como espectadores passivos, participando apenas de maneira extremamente subjetivo.
O desempenho musical é extraordinário, ainda que o vocabulário das canções seja extremamente limitado. Se as músicas apresentadas têm por objetivo criar uma reação emocional, pode-se dizer que o sucesso é absoluto. Porém, como frequentemente se tem falado sobre o louvor contemporâneo, faltava nas composições um elemento de ensino com conteúdo. Imediatamente após as músicas, sem qualquer esclarecimento quanto ao significado do ato ou menção às palavras de Paulo sobre a ceia do Senhor em I Coríntios 11.23-26, os elementos são rapidamente servidos. Uma vez mais, impressiona a discreta eficiência dessa atividade. Seria possível passar salgadinhose refrigerantes da mesma maneira e com igual rapidez com que são distribuídos o pão e o suco de uva. Não há qualquer instrução sobre o compartilhamento desse importante sacramento. A comunhão parecia limitar-se a um relacionamento estritamente vertical. A coisa ficava entre cada indivíduo e Deus.
Em seguida vem o sermão, proferido por uma pessoa muito capaz, que procurou com afinco estabelecer relações práticas enquanto ensinava alguns princípios bíblicos. Um esboço simples aparece na tela, a fim de que os interessados pudessem seguir a linha de pensamento. O mesmo ocorre com as passagens bíblicas – todas exibidas no telão, como se ninguém conseguisse encontrá-las numa Bíblia de verdade. Dava para perceber, sem muito esforço de memória, que as ilustrações citadas vinham de filmes populares e da televisão. Então, o culto terminou tão repentinamente quanto havia começado, com alguns anúncios sendo divulgados pelas caixas de som e um polido “obrigado” à congregação. Nenhuma bênção ou oração de encerramento foi feita. Simplesmente, não havia quem a ministrasse. Então, as luzes, que permaneceram numa penumbra por todo o culto, são acesas. Era hora de ir embora.
É claro que nem todas as grandes igrejas contemporâneas fazem coisas semelhantes. Porém, a quantidade de comunidades que adotam este modelo eclesiológico é motivo suficiente para levar pastores, líderes e crentes à reflexão. Dizer que o culto foi “popularizado” do ponto de vista religioso não é necessariamente correto. Na verdade, seria bom se fosse o caso, uma vez que uma compreensão fácil às vezes exige que ideias complexas sejam simplificadas. No entanto, esse tipo de forma litúrgica busca encontrar um denominador cultural e teológico comum, visando atrair e envolver o maior número de pessoas. E, como resultado, não era é preciso ser cristão para entender a maior parte do que foi dito ou cantado.
Se isso for verdade, é algo que devemos questionar. Enquanto lideranças de igrejas corretamente querem que os cultos de domingo sejam acessíveis a todo tipo de público, com certeza deve haver aspectos de uma adoração cristã nos quais somente crentes em Jesus são capazes de participar conscientemente, uma vez que a adoração é, em parte, o alimento e a afirmação de sua fé. Uma crítica recorrente 20 anos atrás era de que as igrejas desconsideravam os visitantes não-cristãos utilizando muito jargão essencialmente evangélico. Era uma crítica legítima. Porém, agora parece que a vontade de acomodar a cultura forçou as igrejas a cometerem o erro oposto. Teria o desejo por inclusão iludido as igrejas, levando-as a supor que particularidades doutrinárias ou litúrgicas ameaçariam sua missão num mundo religiosamente diversificado?
Imagine a cena: num amplo auditório repleto de pessoas, a banda prepara-se para se apresentar no palco. Luzes de todos os tipos, efeitos visuais controlados por computador e sistema de som de última geração trazem ao espaço um ambiente feérico. Logo nos primeiros acordes, o público praticamente vai ao delírio, com gritos de entusiasmo e movimentos ao som da música. Ao visitante desavisado, apenas as letras das canções, exibidas em telões de muitas polegadas, denunciam o caráter do evento: versos como “grande Deus” e “poderoso Senhor” não deixam dúvidas de que aquele é um culto evangélico. No entanto, o comportamento dos frequentadores pouco difere daquele das plateias de shows seculares – embora entoem as músicas a plenos pulmões, as centenas de jovens da congregação comportam-se de modo superficial em relação a tudo que acontece no palco. Assim como na maioria das formas de entretenimento, os membros agem como espectadores passivos, participando apenas de maneira extremamente subjetivo.
O desempenho musical é extraordinário, ainda que o vocabulário das canções seja extremamente limitado. Se as músicas apresentadas têm por objetivo criar uma reação emocional, pode-se dizer que o sucesso é absoluto. Porém, como frequentemente se tem falado sobre o louvor contemporâneo, faltava nas composições um elemento de ensino com conteúdo. Imediatamente após as músicas, sem qualquer esclarecimento quanto ao significado do ato ou menção às palavras de Paulo sobre a ceia do Senhor em I Coríntios 11.23-26, os elementos são rapidamente servidos. Uma vez mais, impressiona a discreta eficiência dessa atividade. Seria possível passar salgadinhose refrigerantes da mesma maneira e com igual rapidez com que são distribuídos o pão e o suco de uva. Não há qualquer instrução sobre o compartilhamento desse importante sacramento. A comunhão parecia limitar-se a um relacionamento estritamente vertical. A coisa ficava entre cada indivíduo e Deus.
Em seguida vem o sermão, proferido por uma pessoa muito capaz, que procurou com afinco estabelecer relações práticas enquanto ensinava alguns princípios bíblicos. Um esboço simples aparece na tela, a fim de que os interessados pudessem seguir a linha de pensamento. O mesmo ocorre com as passagens bíblicas – todas exibidas no telão, como se ninguém conseguisse encontrá-las numa Bíblia de verdade. Dava para perceber, sem muito esforço de memória, que as ilustrações citadas vinham de filmes populares e da televisão. Então, o culto terminou tão repentinamente quanto havia começado, com alguns anúncios sendo divulgados pelas caixas de som e um polido “obrigado” à congregação. Nenhuma bênção ou oração de encerramento foi feita. Simplesmente, não havia quem a ministrasse. Então, as luzes, que permaneceram numa penumbra por todo o culto, são acesas. Era hora de ir embora.
É claro que nem todas as grandes igrejas contemporâneas fazem coisas semelhantes. Porém, a quantidade de comunidades que adotam este modelo eclesiológico é motivo suficiente para levar pastores, líderes e crentes à reflexão. Dizer que o culto foi “popularizado” do ponto de vista religioso não é necessariamente correto. Na verdade, seria bom se fosse o caso, uma vez que uma compreensão fácil às vezes exige que ideias complexas sejam simplificadas. No entanto, esse tipo de forma litúrgica busca encontrar um denominador cultural e teológico comum, visando atrair e envolver o maior número de pessoas. E, como resultado, não era é preciso ser cristão para entender a maior parte do que foi dito ou cantado.
Se isso for verdade, é algo que devemos questionar. Enquanto lideranças de igrejas corretamente querem que os cultos de domingo sejam acessíveis a todo tipo de público, com certeza deve haver aspectos de uma adoração cristã nos quais somente crentes em Jesus são capazes de participar conscientemente, uma vez que a adoração é, em parte, o alimento e a afirmação de sua fé. Uma crítica recorrente 20 anos atrás era de que as igrejas desconsideravam os visitantes não-cristãos utilizando muito jargão essencialmente evangélico. Era uma crítica legítima. Porém, agora parece que a vontade de acomodar a cultura forçou as igrejas a cometerem o erro oposto. Teria o desejo por inclusão iludido as igrejas, levando-as a supor que particularidades doutrinárias ou litúrgicas ameaçariam sua missão num mundo religiosamente diversificado?
CULTO DE INICIADOS
As igrejas apostólicas e pós-apostólicas – aquelas mais próximas da época do Novo Testamento – adotaram uma abordagem diferente. À imagem do tabernáculo do Antigo Testamento, a igreja era onde os cristãos encontravam o “Santo dos Santos”. Assim, era razoável que a adoração não fosse aberta a todos. Já as igrejas dos séculos 4 e 5 observavam a disciplina arcana (a regra ou prática do sigilo) em relação aos encontros de adoração. Agiam assim, principalmente, para garantir que apenas os cristãos batizados partilhassem a ceia do Senhor e confessassem o credo da igreja. Hipólito, teólogo do terceiro século, mantinha uma lista de vícios e declarações que desqualificariam alguém para o batismo. Em um grande número de igrejas, os não-batizados, mesmo catecúmenos em preparação para o batismo, eram expulsos antes que a igreja celebrasse a Eucaristia e confessasse o credo.
Naturalmente, não tem cabimento uma igreja, hoje, expulsar um não-iniciado do meio da adoração. Contudo, especialmente nos primeiros séculos, as “boas-vindas” da igreja para o mundo eram temperadas com salvaguardas exclusivistas em relação à identidade e integridade. O exemplo das precauções da Igreja primitiva contra fazer uso de pérolas do Evangelho promiscuamente fez com que esses tesouros caíssem em mãos despreparadas. As palavras de Jesus são claras: “Não deem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos” (Mateus 7.6). Falhar em preservar a singularidade dos símbolos, visões e compromissos cristãos compromete tanto o significado quanto a santidade da vida da igreja. Longe de quaisquer arrogâncias ou elitismos espirituais, essa é uma parte crucial da mensagem do Evangelho.
Gregório de Nissa afirmou com propriedade que “teologia não é para qualquer um” (sermão 29). Por “teologia” ele quis dizer a criação de uma espiritualidade única, centrada em Cristo, que aos poucos transforma a mente e o coração, e na qual “profundezas falam às profundezas”. Em dado momento, o estilo de apresentação afeta a substância da identidade e ensino cristãos, frequentemente deixando sem corte suas pontas afiadas.
Quem testemunha um momento de adoração contemporânea não pode deixar de ser agradecido a Deus por ver uma igreja lotada e muito ativa. Não há dúvidas, no entanto, de que, neste tipo de contexto, muitos são atraídos mais pelas programações para jovens ou pela boa música do que pelos ministérios de discipulado ou pela ênfase no trabalho de missões. A pergunta que fica é inquietante: a que custo as modernas congregações têm se adaptado à cultura contemporânea? É claro que, através da história, a Igreja sempre tentou se acomodar à cultura de sua época, buscando dar um testemunho efetivo. Talvez não haja nada inédito na mega-igreja moderna – a não ser o fato de ela elaborar métodos para facilitar essa acomodação. De fato, o método tem se tornado muito importante para essas congregações. O brilho da adoração moderna compete com os efeitos especiais e sonoros dos mais modernos filmes. O argumento segue na linha de que as igrejas não deveriam ser avessas ao uso de técnicas visuais seculares utilizadas no entretenimento popular. Dizem que uma representação artística e dramática do sagrado se comunica bem com as gerações mais jovens.
Nesse processo, entretanto, parece que as igrejas dão muita atenção a pequenos intervalos de tempo e se empenham em estimular picos emocionais durante seus cultos. Ao invés de facilitar um encontro com o verdadeiro Deus, os próprios métodos de entretenimento passam a ser o foco preponderante. Em dado momento, o estilo de apresentação afeta a substância da identidade e ensino cristãos. Não é por acaso que muitas igrejas contemporâneas oferecem uma pesada dieta de imagens e metáforas bíblicas, deixando de lado a real teologia escriturística.
ÊNFASE NA ATRAÇÃO
Apesar de a estética nunca ser meramente estética, a pessoa comum pode muito bem ignorar a mensagem, ou pior, ficar confusa por causa dela. Uma grande preocupação em adaptar a mensagem a estilos pessoais pode facilmente resultar numa adaptação da fé às necessidades pessoais dos ouvintes. Ao invés de permitir que o Evangelho nos desafie, alteramos a fé histórica para o rumo das correntes do nosso tempo. Sendo honestos, muitos líderes de adoração contemporâneos reconhecem essa tentação.
Como o cristão poderia reconhecer quando esse processo já foi longe demais? Quando é que a missão cristã está irremediavelmente comprometida pela vontade de tornar a Palavra de Deus relevante para as situações contemporâneas? Essas não são questões que possuem respostas simples. Porém, dada a postura avessa ao tradicionalismo de muitas igrejas contemporâneas – muitas das quais abandonaram elementos confessionais ou teológicos em favor da relevância –, é difícil ver o que irá lhes ajudar a preservar o cristianismo ortodoxo por muito tempo. Não menos desconcertante é ver como nossa cultura consumista se infiltrou em muitas igrejas, criando um ambiente igual ao de um shopping, marcado por brilho e mensagens simplistas. Quando a igreja se torna essencialmente um fornecedor de bens e serviços religiosos, ela reforça os hábitos consumistas do próprio cristão, permitindo-o escolher produtos conforme gosto e funcionalidade.
Absorvendo da atmosfera cultural essa mania por escolhas ilimitadas, igrejas criam os programas mais diversos possíveis, buscando acomodar a maior diversidade de cristãos possível. Ironicamente, a importância dada à experiência pessoal e à liberdade das crenças tradicionais é remanescente do protestantismo liberal do começo do século 20. Atualizando sua teologia para a visão moderna, os herdeiros de Schleiermacher e Hegel enfatizavam a primazia da experiência individual com Deus, deixando de lado questões complicadas de doutrina e colocando-as como divisores, um autoritarismo latente ou, simplesmente, irrelevante. Apesar das muitas diferenças entre esse tipo de liberalismo e a mega-igreja evangélica contemporânea, existem semelhanças gritantes em suas abordagens com relação à experiência individual, à cultura popular e doutrinas incômodas.
No entanto, a grande questão perdura: em que direção essas igrejas estão levando seus membros? Que tipo de cristianismo irá surgir de uma ênfase exagerada na tentativa de atrair qualquer um, por qualquer razão? Quando o apóstolo Paulo se tornou “tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns”, conforme sua descrição de si mesmo em I Coríntios 9.22, sua estratégia não evoluiu no sentido de reinventar ou reorientar a fé – até porque ele mesmo também disse que primeiramente transmitiu o que recebeu (I Coríntios 15.3). O tipo de transformação que Paulo experimentou e tentou criar na Igreja primitiva baseava-se numa tradição que tornava a fé, a esperança e o amor cristão pontos de partida para o crescimento do crente. Portanto, se a nossa era pós-denominacional (ou pós-protestante) continuar a elevar a liberdade pessoal de escolha, a estabilidade da sabedoria histórica da Igreja será desesperadamente necessária.
Pelo menos, técnicas espalhafatosas de muitas igrejas modernas nunca substituirão adequadamente o trabalho duro de cristãos que ensinam a adquirir a vida divina do Pai, pelo Filho, por meio do Espírito Santo. Esse tipo de vida pode significar, para muitos, o sacrifício de certos prazeres da antiga e a renúncia a determinados elementos da cultura ocidental. E a igreja que alimenta isso deve ter como objetivo renegar a mera inclusão. (Tradução: Fernando Cristófalo)
Daniel H. Williams é professor de religião em teologia patrística e histórica da Universidade de Baylor (EUA)
Fonte: Cristianismo Hoje
As igrejas apostólicas e pós-apostólicas – aquelas mais próximas da época do Novo Testamento – adotaram uma abordagem diferente. À imagem do tabernáculo do Antigo Testamento, a igreja era onde os cristãos encontravam o “Santo dos Santos”. Assim, era razoável que a adoração não fosse aberta a todos. Já as igrejas dos séculos 4 e 5 observavam a disciplina arcana (a regra ou prática do sigilo) em relação aos encontros de adoração. Agiam assim, principalmente, para garantir que apenas os cristãos batizados partilhassem a ceia do Senhor e confessassem o credo da igreja. Hipólito, teólogo do terceiro século, mantinha uma lista de vícios e declarações que desqualificariam alguém para o batismo. Em um grande número de igrejas, os não-batizados, mesmo catecúmenos em preparação para o batismo, eram expulsos antes que a igreja celebrasse a Eucaristia e confessasse o credo.
Naturalmente, não tem cabimento uma igreja, hoje, expulsar um não-iniciado do meio da adoração. Contudo, especialmente nos primeiros séculos, as “boas-vindas” da igreja para o mundo eram temperadas com salvaguardas exclusivistas em relação à identidade e integridade. O exemplo das precauções da Igreja primitiva contra fazer uso de pérolas do Evangelho promiscuamente fez com que esses tesouros caíssem em mãos despreparadas. As palavras de Jesus são claras: “Não deem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos” (Mateus 7.6). Falhar em preservar a singularidade dos símbolos, visões e compromissos cristãos compromete tanto o significado quanto a santidade da vida da igreja. Longe de quaisquer arrogâncias ou elitismos espirituais, essa é uma parte crucial da mensagem do Evangelho.
Gregório de Nissa afirmou com propriedade que “teologia não é para qualquer um” (sermão 29). Por “teologia” ele quis dizer a criação de uma espiritualidade única, centrada em Cristo, que aos poucos transforma a mente e o coração, e na qual “profundezas falam às profundezas”. Em dado momento, o estilo de apresentação afeta a substância da identidade e ensino cristãos, frequentemente deixando sem corte suas pontas afiadas.
Quem testemunha um momento de adoração contemporânea não pode deixar de ser agradecido a Deus por ver uma igreja lotada e muito ativa. Não há dúvidas, no entanto, de que, neste tipo de contexto, muitos são atraídos mais pelas programações para jovens ou pela boa música do que pelos ministérios de discipulado ou pela ênfase no trabalho de missões. A pergunta que fica é inquietante: a que custo as modernas congregações têm se adaptado à cultura contemporânea? É claro que, através da história, a Igreja sempre tentou se acomodar à cultura de sua época, buscando dar um testemunho efetivo. Talvez não haja nada inédito na mega-igreja moderna – a não ser o fato de ela elaborar métodos para facilitar essa acomodação. De fato, o método tem se tornado muito importante para essas congregações. O brilho da adoração moderna compete com os efeitos especiais e sonoros dos mais modernos filmes. O argumento segue na linha de que as igrejas não deveriam ser avessas ao uso de técnicas visuais seculares utilizadas no entretenimento popular. Dizem que uma representação artística e dramática do sagrado se comunica bem com as gerações mais jovens.
Nesse processo, entretanto, parece que as igrejas dão muita atenção a pequenos intervalos de tempo e se empenham em estimular picos emocionais durante seus cultos. Ao invés de facilitar um encontro com o verdadeiro Deus, os próprios métodos de entretenimento passam a ser o foco preponderante. Em dado momento, o estilo de apresentação afeta a substância da identidade e ensino cristãos. Não é por acaso que muitas igrejas contemporâneas oferecem uma pesada dieta de imagens e metáforas bíblicas, deixando de lado a real teologia escriturística.
ÊNFASE NA ATRAÇÃO
Apesar de a estética nunca ser meramente estética, a pessoa comum pode muito bem ignorar a mensagem, ou pior, ficar confusa por causa dela. Uma grande preocupação em adaptar a mensagem a estilos pessoais pode facilmente resultar numa adaptação da fé às necessidades pessoais dos ouvintes. Ao invés de permitir que o Evangelho nos desafie, alteramos a fé histórica para o rumo das correntes do nosso tempo. Sendo honestos, muitos líderes de adoração contemporâneos reconhecem essa tentação.
Como o cristão poderia reconhecer quando esse processo já foi longe demais? Quando é que a missão cristã está irremediavelmente comprometida pela vontade de tornar a Palavra de Deus relevante para as situações contemporâneas? Essas não são questões que possuem respostas simples. Porém, dada a postura avessa ao tradicionalismo de muitas igrejas contemporâneas – muitas das quais abandonaram elementos confessionais ou teológicos em favor da relevância –, é difícil ver o que irá lhes ajudar a preservar o cristianismo ortodoxo por muito tempo. Não menos desconcertante é ver como nossa cultura consumista se infiltrou em muitas igrejas, criando um ambiente igual ao de um shopping, marcado por brilho e mensagens simplistas. Quando a igreja se torna essencialmente um fornecedor de bens e serviços religiosos, ela reforça os hábitos consumistas do próprio cristão, permitindo-o escolher produtos conforme gosto e funcionalidade.
Absorvendo da atmosfera cultural essa mania por escolhas ilimitadas, igrejas criam os programas mais diversos possíveis, buscando acomodar a maior diversidade de cristãos possível. Ironicamente, a importância dada à experiência pessoal e à liberdade das crenças tradicionais é remanescente do protestantismo liberal do começo do século 20. Atualizando sua teologia para a visão moderna, os herdeiros de Schleiermacher e Hegel enfatizavam a primazia da experiência individual com Deus, deixando de lado questões complicadas de doutrina e colocando-as como divisores, um autoritarismo latente ou, simplesmente, irrelevante. Apesar das muitas diferenças entre esse tipo de liberalismo e a mega-igreja evangélica contemporânea, existem semelhanças gritantes em suas abordagens com relação à experiência individual, à cultura popular e doutrinas incômodas.
No entanto, a grande questão perdura: em que direção essas igrejas estão levando seus membros? Que tipo de cristianismo irá surgir de uma ênfase exagerada na tentativa de atrair qualquer um, por qualquer razão? Quando o apóstolo Paulo se tornou “tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns”, conforme sua descrição de si mesmo em I Coríntios 9.22, sua estratégia não evoluiu no sentido de reinventar ou reorientar a fé – até porque ele mesmo também disse que primeiramente transmitiu o que recebeu (I Coríntios 15.3). O tipo de transformação que Paulo experimentou e tentou criar na Igreja primitiva baseava-se numa tradição que tornava a fé, a esperança e o amor cristão pontos de partida para o crescimento do crente. Portanto, se a nossa era pós-denominacional (ou pós-protestante) continuar a elevar a liberdade pessoal de escolha, a estabilidade da sabedoria histórica da Igreja será desesperadamente necessária.
Pelo menos, técnicas espalhafatosas de muitas igrejas modernas nunca substituirão adequadamente o trabalho duro de cristãos que ensinam a adquirir a vida divina do Pai, pelo Filho, por meio do Espírito Santo. Esse tipo de vida pode significar, para muitos, o sacrifício de certos prazeres da antiga e a renúncia a determinados elementos da cultura ocidental. E a igreja que alimenta isso deve ter como objetivo renegar a mera inclusão. (Tradução: Fernando Cristófalo)
Daniel H. Williams é professor de religião em teologia patrística e histórica da Universidade de Baylor (EUA)
Fonte: Cristianismo Hoje